quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

CRÍTICA AO CURTA: "MUNDO AO CONTRÁRIO - HETEROFOBIA"

O curta “Mundo ao Contrario – Heterofobia” (19min.) lançado em 2013 e dirigido por K. Rocco Shields é um documentário que mostra um mundo onde o “normal” é ser homossexual. A personagem principal Ashley (Lexi DiBenedetto) nasce e constrói a sua sexualidade com base heterossexual e todo o desenrolar do enredo mostra a luta ideológica contra o preconceito na aceitação de sua sexualidade.

Primeiramente quero deixar claro que eu não concordo com um mundo que tenha padrões sexuais, sejam eles homo ou hetero, ou qualquer outro padrão que marginalize o Ser. Não gostaria de viver numa sociedade homonormativa e não gosto de viver numa sociedade heteronormativa. A sociedade sem padrões de comportamento, não sem leis, não cria seres subalternos e sem direitos e não hierarquiza aspectos do Ser. Por fim uma sociedade justa e igualitária que visa o bem estar social por meio de micro políticas.

Ao fundo "Deus odeia heteros.
Não se pode virar o tabuleiro e continuar jogando da mesma forma. Há de se respeitar o Ser no seu estado original sem as configurações que a sociedade e a cultura imprimem a ele. E também há uma grande diferença entre maioria e normal e minoria e anormal. Sempre vai haver o mais e o menos, a diferença é como eles são tratados.

O vídeo sim, já começa num estado agressivo de expressão de opinião, caractere adquirido pela educação compartilhada da cultura hetero conservadora e fundamentalista, e também faz referencias religiosas alterando seu o sentido original, ressalto que não concordo com isso também, mas isso é adquirido, mais uma vez, da cultura hetero conservadora e fundamentalista que manipula a cultura de massa, notícias e até vídeos. Um dos grandes estranhamentos causados em mim ao assistir ao vídeo é a adesão de comportamentos adultos a crianças.

Ashley hostilizada por sua sexualidade.
Para escrever esse artigo já assisti três vezes ao vídeo e todas elas senti repulsa aos crimes e discursos de ódio cometido pela hegemonia sexual do romance, não concordo com crimes de ódio promovidos pela heterofobia e muito menos pela homofobia. Heterofobia ainda me soa estranho pelo ínfimo e talvez inexistente crimes por essa motivação.

Os problemas de Ashley começam na escola com o bullying perpetrado pelos colegas, ela ganha uma marca estigmatizada de “criadora” que é como são chamadas no filme as pessoas que tem relações heterossexuais. Obviamente a sobrevivência da humanidade em um mundo homossexual é uma utopia, visto as relações não reprodutivas. Precisa-se dos heterossexuais para se criar homossexuais e precisa-se dos homossexuais para se definir os heterossexuais, isso é a dualidade que constrói a sociedade e mantém as relações de poder.

Bullying virtual.
E aqui vale lembrar, eu já falei sobre em outras ocasiões, da importância da educação sexual nas escolas para os currículos do Ensino Fundamental e Médio como ferramenta a inclusão de minorias no âmbito escolar e incentivo a grupos de apoio e estudos de temáticas LGBT nas escolas. Falar aos jovens sobre a necessidade de respeitar as diferenças e de refletir sobre como quem não tem o "comportamento padrão" imposto pela sociedade sofre muito. Falar dos diferentes tipos de orientação sexual no ambiente escolar faz parte disso, embora não seja fácil.

Sem o apoio familiar, Ashley passa por um período de negação onde parece impossível ser daquele jeito, passando pela raiva questionando a si mesma o “porque ela?”, logo depois vem o período de negociação onde começa a formular hipóteses para sua aceitação. Não obtendo resultados positivos a sua empreitada ela mergulha no último estagio dessa negação, a depressão. Ela começa a tomar consciência de que seu comportamento jamais será aceito. Não há como escapar. Há um espaço vazio em seu coração. E com isso vão todos os sonhos e projetos.

Desespero de Ashley após surra dos colegas.
É de chorar a traição de seu afeto. Mas as piores violências sofridas são as violências ideológicas que criam etiquetas as pessoas. Com tudo isso, Ashley chega às vias de fato e destina-se ao fim mais comum as pessoas que são diferentes e decidem não lutar pela aceitação, o suicídio. O vídeo não mostra claramente, mas deixa subentendido.

Todas essas situações aconteceram inversamente com os heterossexuais, porém essas experiências são horríveis não importando a quem sejam perpetradas. O vídeo é uma critica verossímil a situações cotidianas vividas por pessoas LGBT nas escolas, reflexo da falta de políticas de inclusão social e da irresponsabilidade do corpo docente e discente com uma educação justa.

2 comentários:

  1. no curta ,se observar a parte da igreja ,vai ver que a pastora diz que a união entre a união de um homem e uma mulher é abominavel outside the breeder season ,ou seja mesmo em epoca que não tinha reprodução artificial ,os homossexuais se uniam com o sexo oposto numa epoca X para a reprodução ,então mesmo com um mundo homossexual e sem tecnologia , a sociedade continuaria se perpetuando pois ainda haveria reprodução , se não sabe ,tem como transar com alguem sem atração ,e seria menos ruim pois o objetivo dos homos não seria a obtenção do prazer e sim se reproduzir ,sou gay e se não houvesse a tecnologia de hoje pra isso ,eu me uniria tranquilamente com uma mulher pra reproduzir ,mesmo sem atração. e o melhor ,os homos diferente dos heteros trariam uma sociedade mais equilibrada em relação a numero ,não estaria reproduzindo a torta e a direita , não existiria filhos frutos de irresponsabilidade ,camisinha com furo ou pilulas que não deram certo ou tava na balada pegou e pronto ,em um mundo homossexual todos ou quase todos os filhos seriam planejados e desejados .ah e sua frase de : Precisa-se dos heterossexuais para se criar homossexuais e precisa-se dos homossexuais para se definir os heterossexuais,cara a sociedade precisa da reprodução mas se não tivesse homo ,não teria necessidade de nenhuma definição ,voce quis colocar igualdade mas acabou colocando inferioridade do homos ,todas as sexualidades tem suas vantagens e desvantagens ,vantagem hetera é a facilidade pra reproduzir ,reproduzo com o q sinto atração ,e a vantagem homo é sociedade mais equilibrada e filhos sempre ou quase sempre desejados .

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  2. ah e diferente dos outros animais ,o ser humano pode manipular as coisas de forma mais complexa a seu favor ,tipo os outros animais seguem tudo por impulso ,vontade e instindo ,o ser humano pode seguir ir contra o impulso , a vontade e o ´´instinto entre aspas´´ para chegar em um objetivo ,ou seja se não houvesse reprodução artifical ,existiria outra forma de homossexuais reproduzirem ,não preciso entrar em detalhes ,mesmo achando repulsa quando agente quer uma coisa na vida agente vai atras, então mesmo com alguma repulsa ,se eu quisesse um filho ,sem tecnologia ,ia tentar com a mulher de forma consentida ,claro , não preciso dizer exatamente como mas há um jeito sim ,quando um homem se masturba ,ele geralmente não sente atração por ele mesmo , e varios gays que passaram muito tempo dentro do armario se reproduziram ,o mesmo pra lesbicas .

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