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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

ENTREVISTA: DESAFIOS 2015 PARA O BLOG

Blog: Bom dia! Nesse ano quais serão as estratégias usadas para expansão dos ideais do blog?

Matheus: Bom dia! Primeiramente quero explicar o que significam os ideais EVOLUÇÃO e REVOLUÇÃO. A evolução vem por meio das necessidades adaptativas que o ser é obrigado a passar caso queira continuar vivo. A revolução seria todas as evoluções subsequentes que criam variedades do mesmo individuo a fins da readaptação pensando sempre na mudança de pensamento, ideias e comportamentos. O blog vai ganhar uma visão mais política dos assuntos tratados, principalmente no que se refere às políticas minoritárias, e alguns marcadores serão excluídos. Discussões novas serão abertas como a pena de morte e a eutanásia, que entram nas políticas minoritárias. O empreendimento de análises fílmicas, obras literárias e artigos científicos serão fortemente usados na disseminação desses ideais. E também quero agradecer a audiência que o blog recebe principalmente no Brasil e nos Estados Unidos.

Blog: Qual a real importância do blog para o pregão dessas novas ideias?

Matheus: Todos nós ocupamos uma posição política nas nossas atividades cotidianas, e eu mais do que nunca tento colocar essas posições para funcionar. A partir dessa posição precisamos de um lugar de fala e esse é um dos meus lugares de fala, o blog. As pessoas hoje em dia não dispõem ou não querem ter um tempo de qualidade com um livro na mão, para essas pessoas a velocidade com que se lê alguma coisa é o que importa. Por vezes essa leitura apresenta níveis muito baixos de interpretação, e o blog se propõem a isso trazer numa linguagem simples, assim espero [risos], e traduzida de tudo que se lê, fala, ou escuta por aí nas mídias, nas ruas e nos discursos de ódio disfarçados de liberdade de expressão. A internet proporciona essa velocidade que as pessoas querem, por isso, considero os espaços cibernéticos uma importante ferramenta a quem queira propagar ideias a outrem.

Blog: Um dos marcadores mais vistos do blog é o de “Entretenimento”, você pretende colocar algo novo além dos curtas e filmes?

Matheus: Sim, sim. Com certeza. A análise de livros e de séries será apensada ao marcador e talvez análise de músicas, mas isso é mais para o meio do ano. Quem não gosta de ficar em casa e assistir a um bom filme? Porém esses filmes são cheio de arquétipos e de ideologias que passam despercebidos aos olhos de quem presta atenção apenas no romance. O blog interpretará essas ideologias e apresentará ao leitor, mas pensando no estímulo a interpretação independente do espectador, pois não apoiamos manipulações de cérebros ao nosso bel prazer e estamos abertos a encorajar nossos leitores a leitura de opiniões diferentes da nossa. A adoção do cinema alternativo e independente será adotada como outra opção de entretenimento, o cinema brasileiro e o cinema LGBT serão protagonistas nessa tarefa.

Blog: Suas opiniões são fortes e muitas vezes vão contra o senso comum, você é muito criticado pelo que escreve?

Matheus: Não existe opinião forte ou fraca, o que existe são opiniões diferentes, que são visões destoantes da mesma história. Não me fale em senso comum que eu odeio isso, chega de senso comum, REVOLUÇÃO. Olha criticado todo mundo é mesmo quando faz o bem ou o mal sempre haverá uma crítica. A forma como faz a crítica é o que muda. A palavra tem o poder de construir e desconstruir, palavras bem colocadas constrói e mal colocadas destroem. Tem pessoas que não se dão bem com a critica negativa, eu gosto das criticas elas mostram que estamos sendo vistos e que as pessoas estão começando a pensar com seus cérebros, é um ótimo sinal. Já me perguntaram qual era a utilidade de escrever sobre temas polêmicos, ora, toda, temas polêmicos são os que mais geram famigeração nas bancadas conservadoras e fundamentalistas que é justamente a minha oposição direta. Tenho que escrever, tenho que falar e tenho que combater dentro dos meus lugares de fala.

Blog: É verdade que você pretende inserir videoconferências as tags do blog?

Matheus: Um dia quem sabe [risos]. É mais difícil fazer um vídeo, tanto pela falta de material como de pessoal. Mas sim adoraria ver minha cara no clip [risos]. O vídeo abre portas para novos públicos o que aumentaria a audiência do blog, é uma coisa de se pensar num futuro próximo.

Blog: Além do blog, quais são suas atividades?

Matheus: Pesquiso bastante, leio muito, não somente enunciados científicos e políticos das causas que luto, mas também romances, assisto filmes, curtas e entrevistas e estou atento às novas teorias da sexualidade. Tudo isso me permite escrever o que escrevo e são minhas bases na construção do blog. Tenho também meu trabalho como Aux. Adm. durante a semana, que graças a Deus não atrapalha minhas atividades com o blog. Nos finais de semana faço de tudo pra não ficar em casa [risos], saio com os amigos, vou ao shopping, cinema etc... Resumidamente é isso que eu faço.

Blog: Uma última pergunta. Quais são as expectativas e visões do futuro para o público do blog compatível a sua opinião e também para os nãos compatíveis?

Matheus: Primeiramente temos que atingir o primeiro passo das mudanças para algumas minorias, uma coisa que cara a elas PRIDE (orgulho). Fazer com que as minorias cheguem juntas a esse degrau. Quando você tem orgulho do que você é ou do que faz nada nem ninguém conseguirá fazer de você o contrário, essa é a parte mais difícil no processo de sujeitos de direito, imputar o orgulho. Isso se deve ao fato que pessoas diferentes (minorias) são criadas no mesmo ambiente, cultura e instituições ligadas à cultura que o hegemônico é criado, isso engendra seres estigmatizados e estrangeiros a própria sociedade. Logo depois vem o input de sensação de pertencimento, mas isso já é o segundo passo. Para o público não compatível em nenhum momento pretendo fazê-los mudar de posição, mas sim apresentar a outra face da história. Que existe. E a negação destas e dos direitos não às eximem da existência e da condição humana.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

ENTREVISTA: AMBIGUIDADE NOS ESTILOS MUSICAIS RELIGIOSOS.

Assisti a um vídeo nessa semana com uma música evangélica tocada em ritmo de funk, o que é singular tratando-se do caráter religioso da mesma.

E é incrível como há falta de material para a produção de um artigo aceitável no que se refere à temática do “funk evangélico”. Contudo basta uma pesquisa rápida na internet para descobrir que existe um vasto repertório desse estilo musical. Pensando nisso o blog “EVOLUÇÃO E REVOLUÇÃO” faz uma entrevista com seu editor Matheus Vilela. Transcrição abaixo.

ENTREVISTA: AMBIGUIDADE NOS ESTILOS MUSICAIS RELIGIOSOS.

Blog: Bom dia Matheus, qual sua opinião sobre o funk?

Matheus: Bom dia, o funk é um estilo musical assim como todos os outros, porém devido a transformações passadas no processo de exportação do gênero tornou-se banalizado e sinônimo de luxúria, ostentação, drogas e criminalidade. Eu realmente não tenho nada contra ao estilo nem aos adeptos do mesmo até gosto de alguns como, por exemplo, o funk “Eu só quero é ser feliz” do Rap Brasil que funciona como crítica social, por falar nisso, o funk é a voz do gueto, dos morros e da população que é oprimida nas favelas.

Blog: Qual é a problemática do funk hoje?

Matheus: Confesso que até hoje não sei [risos], mas posso apontar alguns, como por exemplo, o funk não é reconhecido como cultura pelas pessoas que se acham culturalizadas por ouvirem outros estilos musicais. Isso abre precedente para o preconceito cultural bem como a internalização do funk como subcultura adepta por cidadão a margem da sociedade, mas gostaria de ressaltar que o famoso funk ostentação, mais tocado em São Paulo, é muito aceito nos meios da classe média. Não sei dizer também se um dos problemas seja o ritmo ou a batida que instiga a malandragem e a sacanagem, talvez a letra do “funk proibidão” que incita a sensualidade de forma pejorativa. Até aqui tudo isso vemos nos filmes, novelas e músicas internacionais que as pessoas ouvem e não entendem nada, como por exemplo, a música “Bad Romance” que fala sobre prostituição e a música “Americano” que fala de casamento gay, ambas da cantora pop Lady Gaga, poderia citar também a cantora Amy Winehouse com as músicas “Back to Black” “You Know I'm no Good” e “Rehab”  que fazem referencia ao uso de drogas e álcool. Outro problema muito citado é o volume que essas músicas são tocadas em ambientes públicos, veja bem, o funk sim pode ser tocado em ambientes públicos, contudo a limites Hz e horário para se tocar.

Blog: O que precisa ser feito para alcançarmos um dia à convivência pacifica entre funk e sociedade?

Matheus: Primeiro, os funkeiros fazem parte da sociedade, então a luta seria para o reconhecimento do funk como cultura e estilo musical, é o começo, mas não é tudo, essa é a parte que cabe aos cidadãos não funkeiros, a mais difícil de mudar, pois os mesmos vão ter que despir a capa hipócrita que os cobre. Segundo, os cidadãos funkeiros têm de aprender a respeitar os limites legais para tocar músicas em público. Tudo isso é o principio da convivência pacifica respeito, reconhecimento e cidadania.

Blog: Entrando mais especificamente no tema da nossa entrevista, o que é a ambiguidade dos estilos musicais no ambiente religioso?

Matheus: Vamos lá, hoje no ambiente religioso, vou falar assim, pois não quero fazer referências à denominação nenhuma, há alguns estilos musicais considerados mundanos que são aceitos e outros não. Exemplos, o rock e o pagode ou samba. O rock teve em um momento de sua história mais especificamente na década de 80, uma fórmula tríade de se escrever as musicas geralmente focadas em sexo, bebidas e drogas, esse estilo é tocado hoje nas igrejas. O pagode ou samba que por muito tempo teve como objeto concreto a frequência de bares e cerveja, ganhou até um slogan “sou brahmeiro”, sinônimo do arquétipo do cara comum, traz consigo os valores da vida devassa e da boêmia, estilo que também é tocado nas igrejas. Contudo o funk não é muito aceito justamente por carregar as marcas que citei acima, mas se formos analisar os outros estilos também carregam marcas, mais uma vez a hipocrisia. Isso é a ambiguidade.

Blog: Você sabe dizer quais são os argumentos dos religiosos para a não aceitação do estilo musical nas igrejas?

Matheus: Não sei dizer exatamente, pois estou fora do meio ultimamente, mas acredito que seja por tudo isso que já falei a respeito do funk. Há certas incertezas também nos argumentos deles. Quando se toca um funk com uma letra infantil ou sem baixaria eles gostam e curtem até dançam se possível. Inserir isso na igreja, não, pois o funk já tem rótulo, mas em ambientes externos sim. Aí gera dubiedade, pois se o problema é a letra se resolve colocando outra. Penso agora que o problema seja o ritmo, não sei. Se formos pensar em rótulos a vida toda, nunca vamos fazer nada.

Blog: Pra encerrarmos, você concorda com a aceitação do estilo musical nas igrejas?

Matheus: Sim, com restrições [riso]. Não vejo problemas na aceitação do estilo por igrejas locais que não sigam a um vaticano, contudo acredito que isso não deva se tornar o único estilo, pois as igrejas e a religião já tem seu estilo musical majoritário, a música gospel, caracterizada por uma harmonia simples, pelo gênero folclórico e pela intensa influência do blues, um estilo mais leve voltado à adoração, principal atividade nos cultos religiosos. O funk por ter um estilo mais dançante não atenderia todo o público que frequenta uma igreja. Acredito também que caiba uma revisão dos estilos aceitos (rock, pagode ou samba, rap, hip hop, black  etc...) para por fim a essa ambiguidade.