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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

CRÍTICA AO FILME: "ALÉM DA FRONTEIRA"

Cartaz do filme.
O filme “Além da Fronteira”, um romance dramático, dirigido por Michael Mayer e lançado em 2013, conta a história de amor de dois jovens, Nimer (Nicholas Jacob), um palestino que estuda em Israel, e Roy (Michael Aloni), um advogado israelense.

Está para ser criada ainda uma história com tantos conflitos que extrapolem o romance romântico. O filme traz uma releitura contextualizada e muito mais conflituosa do caso Romeu e Julieta, pois atinge vários pontos de atrito da realidade judaico-palestina. Além do afeto punível com a morte do lado muçulmano, há também conflitos religiosos, que se mistura aos conflitos culturais e étnicos, que se arrastam deste Caim e Abel, Isaque e Ismael, Jacó e Esaú, e conflitos sociopolíticos eternizados na busca por territórios.

Israel é um país onde as fronteiras são muito mais psicológicas do que físicas. Apesar de haver muros, que são símbolos da segregação de pessoas, que sim, são capazes de amar umas as outras independente da religião, deixa passar em suas fronteiras, com devida autorização, jovens palestinos que, ao contrário de seus compatriotas radicais, acreditam que o estudo e a educação promovem a paz mais eficazmente do que a guerra. Isso leva a um processo conhecido como “fuga de cérebros” que desabona ainda mais a Palestina e seus cidadãos.

O conflito judaico-palestino deixa marcas de sangue
em ambos os lados.
Essa é a situação vivida por Nimer que em busca de um futuro melhor consegue uma autorização estudantil para entrar nos territórios israelenses. A partir daí ele começa a ser vitima da desconfiança de sua família, principalmente de seu irmão mais velho, um rebelde militante que acredita no poder das armas como ferramenta para a liberdade.

Em uma das noites em Israel ele visita uma boate gay onde trabalhava um amigo palestino Mustafa (Loai Nofi), e acaba conhecendo Roy, que diferentemente dele tinha uma vida estável, um trabalho descente no escritório de seu pai e uma família estruturada. A partir de então os dois começam a ter um relacionamento aberto do lado judeu e fechado no lado muçulmano.

Os personagens principais Roy (Michael Aloni)
e Nimer (Nicholas Jacob).
O medo e o preconceito fizeram com que os recém-parceiros levassem esse relacionamento dentro dos limites do armário o que aumentou ainda mais a desconfiança da família de Nimer e que atraiu a atenção do serviço secreto israelense, que confisca a autorização estudantil de Nimer, e entrega Mustafa, que trabalhava como agente duplo, nas mãos dos militantes palestinos que por fim o executam quando ele deixa de ser interessante aos seus planos. A homossexualidade de Nimer é descoberta e ele é expulso de casa.

Encaminhando já para o fim do filme, Nimer na condição desproporcional de “ameaça ao estado israelense” e de “traidor” pelos militantes palestinos se vê acuado em um campo minado, Roy tenta de tudo, através de seus contatos, conseguir um visto de permanência e até mesmo de refugiado e posterior asilo político, porém sem sucesso.

O fim do filme é vago, porém revela a força do amor e os caminhos que ele encontra para efetivar-se. Diferentemente dos romances conflituosos esse não acaba em sexo nem em morte, mas com um toque de neutralidade e incertezas. Enfim a solução para Roy e Nimer é extrema, mas inevitável.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

CRÍTICA AO LIVRO: "TARÂNTULA" DE THIERRY JONQUÉT

Capa do livro.
“Tarântula” (160pag.) é um livro do autor francês Thierry Jonquét publicado no Brasil em 2011 pela editora Record. O livro narra à história de Richard Lafargue um médico cirurgião plástico que tem sua filha Viviane Lafargue estuprada por dois jovens Alex Barny e Vicent Moreau. Após o estupro Viviane nunca mais foi à mesma e enlouqueceu, condenada a viver em um hospício ela tinha constantes crises. Richard ao ver sua única filha nessa situação começa uma perseguição, em busca de vingança, a Vicent, o único que ele tinha visto na derradeira noite do crime.

Todo o enredo se desenrola com os planos maquiavélicos de Richard para vingar sua filha. Após capturar Vicent em uma mata ele o leva para o porão de sua casa e o mantém anos em cárcere para consumar suas intenções. O plano em resumo se divide em três fases, desconstruir, transformar e escravizar.

Primeiramente o plano de Richard era basicamente prender Vicent a outro corpo, o corpo com o sexo a quem ele havia violentado. Sendo cirurgião plástico Richard trabalhava com transformações, logo, transformações exigem a redução ou a desconstrução do que antes havia. É espantoso como isso acontece, Richard tira a humanidade de Vicent ao tratá-lo como animal e um sujeito sem direitos básicos.
Thierry Jonquét.

Mantendo Vicent preso no porão, nu com fome e sede, Richard começa um processo de transformação social de identidade de gênero ao longo de quatro anos. Usando de artifícios socialmente femininos a mudança psicológica começa. Aos poucos com o progresso de seu plano Vicent ganha liberdades antes negadas como um prêmio ao acordo taciturno com Tarântula. Aliás, Vicent o apelidou assim por não saber seu nome, mas também pela simbologia da aranha a evocação do feminino e a fiação em movimentos calculados e precisos.

As correntes que prenderiam Vicent ao corpo que ele não pertencia ou a pele que ele não habitava viriam mais tarde. Richard realiza uma cirurgia de transgenização compulsória e delimita o futuro de Vicent que agora era Ève. Sem documentos Ève se vê presa a Richard para o resto da vida.

Por fim, a última e mais cruel fase do plano, se é que tem uma mais cruel, Ève mantida em cárcere ainda, porém com os direitos básicos que se tem em uma casa é escravizada sexualmente a fazer programas com clientes intermediados por seu “cafetão” Richard Lafargue.

Cartaz do filme "A Pele que
Habito".
Acontece em paralelo no livro a história Alex Barny após o estupro de Viviane. Ele e um parceiro se envolverão em um roubo grande de dinheiro. No clima do ato trocaram tiros com a policia e ele acabou sendo baleado na perna e matando um policial. Perseguido pelo dinheiro que carregava ele procurava de todas as formas se esconder.

Até que um dia ele vê na televisão o próprio Richard Lafargue falando das simplicidades de cirurgias de mudança de face. Alex então tem a brilhante ideia de mudar de rosto como forma mais prática de se esconder. Procurando o médico pelos becos da França ele o acha, porém seu plano tem uma falha, como convencer o médico a fazer a cirurgia fora de um hospital? Afim de não ser pego pela policia.

Pedro Almodóvar diretor
do filme "A Pele que Habito".
Alex descobre que o médico tem uma aparente “esposa”, a Ève. E planeja sequestrá-la e tê-la como moeda de troca pela cirurgia. Na execução de seu plano Alex é bem sucedido e convence o médico a fazer a cirurgia.

Começa então o desfecho do livro, que não cabe contar aqui para não estragar a surpresa, mas é surpreendente o rumo que as coisas tomaram. O surgimento de um sentimento paternalista entre Richard e Ève, o reencontro dos amigos e o clímax do romance acontecem nesse thriller que prende você na teia da aranha.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

CRÍTICA AO CURTA: "MUNDO AO CONTRÁRIO - HETEROFOBIA"

O curta “Mundo ao Contrario – Heterofobia” (19min.) lançado em 2013 e dirigido por K. Rocco Shields é um documentário que mostra um mundo onde o “normal” é ser homossexual. A personagem principal Ashley (Lexi DiBenedetto) nasce e constrói a sua sexualidade com base heterossexual e todo o desenrolar do enredo mostra a luta ideológica contra o preconceito na aceitação de sua sexualidade.

Primeiramente quero deixar claro que eu não concordo com um mundo que tenha padrões sexuais, sejam eles homo ou hetero, ou qualquer outro padrão que marginalize o Ser. Não gostaria de viver numa sociedade homonormativa e não gosto de viver numa sociedade heteronormativa. A sociedade sem padrões de comportamento, não sem leis, não cria seres subalternos e sem direitos e não hierarquiza aspectos do Ser. Por fim uma sociedade justa e igualitária que visa o bem estar social por meio de micro políticas.

Ao fundo "Deus odeia heteros.
Não se pode virar o tabuleiro e continuar jogando da mesma forma. Há de se respeitar o Ser no seu estado original sem as configurações que a sociedade e a cultura imprimem a ele. E também há uma grande diferença entre maioria e normal e minoria e anormal. Sempre vai haver o mais e o menos, a diferença é como eles são tratados.

O vídeo sim, já começa num estado agressivo de expressão de opinião, caractere adquirido pela educação compartilhada da cultura hetero conservadora e fundamentalista, e também faz referencias religiosas alterando seu o sentido original, ressalto que não concordo com isso também, mas isso é adquirido, mais uma vez, da cultura hetero conservadora e fundamentalista que manipula a cultura de massa, notícias e até vídeos. Um dos grandes estranhamentos causados em mim ao assistir ao vídeo é a adesão de comportamentos adultos a crianças.

Ashley hostilizada por sua sexualidade.
Para escrever esse artigo já assisti três vezes ao vídeo e todas elas senti repulsa aos crimes e discursos de ódio cometido pela hegemonia sexual do romance, não concordo com crimes de ódio promovidos pela heterofobia e muito menos pela homofobia. Heterofobia ainda me soa estranho pelo ínfimo e talvez inexistente crimes por essa motivação.

Os problemas de Ashley começam na escola com o bullying perpetrado pelos colegas, ela ganha uma marca estigmatizada de “criadora” que é como são chamadas no filme as pessoas que tem relações heterossexuais. Obviamente a sobrevivência da humanidade em um mundo homossexual é uma utopia, visto as relações não reprodutivas. Precisa-se dos heterossexuais para se criar homossexuais e precisa-se dos homossexuais para se definir os heterossexuais, isso é a dualidade que constrói a sociedade e mantém as relações de poder.

Bullying virtual.
E aqui vale lembrar, eu já falei sobre em outras ocasiões, da importância da educação sexual nas escolas para os currículos do Ensino Fundamental e Médio como ferramenta a inclusão de minorias no âmbito escolar e incentivo a grupos de apoio e estudos de temáticas LGBT nas escolas. Falar aos jovens sobre a necessidade de respeitar as diferenças e de refletir sobre como quem não tem o "comportamento padrão" imposto pela sociedade sofre muito. Falar dos diferentes tipos de orientação sexual no ambiente escolar faz parte disso, embora não seja fácil.

Sem o apoio familiar, Ashley passa por um período de negação onde parece impossível ser daquele jeito, passando pela raiva questionando a si mesma o “porque ela?”, logo depois vem o período de negociação onde começa a formular hipóteses para sua aceitação. Não obtendo resultados positivos a sua empreitada ela mergulha no último estagio dessa negação, a depressão. Ela começa a tomar consciência de que seu comportamento jamais será aceito. Não há como escapar. Há um espaço vazio em seu coração. E com isso vão todos os sonhos e projetos.

Desespero de Ashley após surra dos colegas.
É de chorar a traição de seu afeto. Mas as piores violências sofridas são as violências ideológicas que criam etiquetas as pessoas. Com tudo isso, Ashley chega às vias de fato e destina-se ao fim mais comum as pessoas que são diferentes e decidem não lutar pela aceitação, o suicídio. O vídeo não mostra claramente, mas deixa subentendido.

Todas essas situações aconteceram inversamente com os heterossexuais, porém essas experiências são horríveis não importando a quem sejam perpetradas. O vídeo é uma critica verossímil a situações cotidianas vividas por pessoas LGBT nas escolas, reflexo da falta de políticas de inclusão social e da irresponsabilidade do corpo docente e discente com uma educação justa.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

CRÍTICA AO CURTA “HOJE EU NÃO QUERO VOLTAR SOZINHO”

Cartaz do filme
Hoje Eu não Quero Voltar Sozinho é um curta brasileiro (17min.) lançado no dia 10 de abril de 2014, dirigido por Daniel Ribeiro e estrelando os jovens atores Ghilherme Lobo, Fabio Audi, Tess Amorim entre outros, tem como gênero o drama e o romance e classificação indicativa de 12 anos.

O curta é uma pequena parte de uma história realmente delicada e sutil. O enredo traz a história de Leonardo (Ghilherme Lobo) um jovem cego de nascença que enfrenta problemas na escola por isso, seu sofrimento só não é maior porque conta com a ajuda de sua melhor amiga Giovana (Tess Amorim), que o auxilia em todas as suas limitações por não enxergar.
Guilherme Lobo, Tess Amorim e Fabio Audi

No período da adolescência a identificação com outros adolescentes é muito importante para formação do caráter social do ser. Isso se expressa através de ligações amigáveis fortíssimas que muitas vezes são confundidas com amor, daí que vem o termo “amizade-colorida”.

Leonardo hostilizado pelos colegas 
Um belo dia chega à escola, mais precisamente na sala de Leonardo e Giovana um novo aluno chamado Gabriel (Fabio Audi), que também tem que suportar as brincadeiras de mau gosto dos novos colegas, por sorte, Giovana simpatiza com ele e o chama para acompanha-los e eles formam um trio.

É interessante observar essas cenas por mais sutis que sejam, mas com um grande significado por traz, sendo protagonizadas por atores tão jovens. O filme mostra um período certíssimo onde à descoberta do corpo e da sexualidade se aflora, só que o cinema atual não está acostumado a tal demonstração, e muito menos o público contra a homossexualidade.

As idas e vindas da escola para casa proporcionaram a Gabriel e Leonardo, grandes oportunidade de se conhecerem mais. Até que um dia o professor de história propõe um trabalho que deveria ser feito por duplas unissex, e os dois combinam de fazer o trabalho na casa de Leonardo. Gabriel vai até a casa de Leonardo para fazer o trabalho, como estava muito calor ele tira sua blusa de moletom e pede para ir ao banheiro escovar os dentes, que, na verdade, era uma estratégia para conseguir pistas se o amor que ele tinha por Leonardo era ou não correspondido, o que se provou quando Gabriel viu que Leonardo cheirou sua blusa que estava em cima da mesa.

No dia seguinte na escola, Leonardo confessa para Giovana que estava apaixonado por Gabriel, aí temos um momento que nos deixa uma dúvida se Giovana tinha ciúmes do Leonardo do Gabriel ou dos dois. Giovana surpresa pela notícia e pela descoberta de que Leonardo era gay, arranja uma desculpa para sair, com a promessa de passar na casa dele mais tarde, e, nesse dia, Leonardo vai sozinho para casa, pois, Gabriel tinha dentista depois da aula.

Quando Leonardo esta sozinho em casa, Gabriel chega sem se anunciar, e ele pensando que era Giovana dispara a falar sobre o assunto que discutiu com ela na escola, dizendo que estava apaixonado por Gabriel, que nesse momento ficou quieto e não disse uma palavra, apenas o beijou e saiu.

Inesperado, não somente pelo beijo, mais pelo mistério proporcionado por ele, pois só depois Leonardo descobre que quem o beijou foi Gabriel e não Giovana.

O filme é mais que recomendo para quem gosta deste tipo de história. Mas, a maior lição que podemos aprender é que se pode existir amizades que ultrapassem os limites, que amor não escolhe sexos e sim algo que complete você de dentro para fora, além das outras lições secundárias, mas não menos importantes da tolerância e do respeito à diversidade física e sexual.

O Curta

Filme completo

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

CRÍTICA AO CURTA: “O BOLO”

“O Bolo” é um curta metragem (12min.) dirigido por Robert Guimarães, lançado em 2010 o filme conta com elenco de Eriberto Leão, Felipe Abib, Catarina Abdala, Fabiula Nascimento, Flavio Bauraqui e Kiko Mascarenhas. Seguindo o gênero comédia o curta narra à história da empregada Dirce (Fabiula Nascimento) uma empregada doméstica religiosa que trabalha para Cadu (Eriberto Leão).  Ao limpar a casa onde aconteceu uma festa na noite anterior, a jovem diarista se depara com as sensações provocadas pelo doce “mágico”, o bolo feito com um toque de marijuana, que despertam a sensualidade da empregada.
Da esquerda para a direita: Eriberto Leão,
Fabiula Nascimento e Robert Guimarães.

Eu ri demais, é muito engraçado, mas o filme apesar de ser uma comédia na verdade funciona muito bem como critica social no tocante a defesa das liberdades pessoais e do uso recreativo da maconha, e aqui quero abrir um parêntese, não acho que o uso recreativo da maconha seja uma coisa boa, tenho certeza. O filme foi construído sobre essa temática, contudo como nenhum bolo contém apenas um ingrediente, Robert Guimarães acrescenta temas como a homossexualidade e a religiosidade.

“As pessoas podem viver suas
liberdades individuais dentro de um conjunto”
Robert Guimarães

É interessante notar que o filme não levanta bandeiras impositivas como vemos hoje nessa guerra por direitos, todas as questões tratadas são de certa forma orgânicas e se desenrolam de forma natural e até irônica.

Uma coisa muito interessante que vi através do filme foi quanto ao uso culinário da Cannabis sativa, até então conhecia apenas os famosos Coffeeshops, estabelecimento onde a venda de maconha para consumo pessoal é tolerada pelas autoridades locais. Além da venda destes produtos, a maioria dos Coffeeshops também vendem comidas e bebidas. Existem também agora os Cannabis Foods, que são alimentos feitos com cannabis em ervas ou resina forma como ingrediente. Eles são consumidos como um meio alternativo de entrega para experimentar os efeitos de canabinóides sem fumar ou vaporizar a cannabis.

A articulação dos temas da diversidade e da tolerância religiosa é bem vista também, isso podemos ver através do mix de religiões de seus personagens desde evangélicos, umbandistas e hinduístas que convivem no filme, de forma pacífica com o diferente. A principal mensagem do filme, de certa forma subliminar, seja essa questão da mistura de ingredientes diferentes para formar o bolo que todos comem e se deliciam. A diversidade traz essa mensagem.
Kiko Mascarenhas, Eriberto Leão e Felipe Abib.

Pra terminarmos, apesar do diretor propor essa temática homossexual acredito que não se tenha aprofundado tanto nessa questão no que se refere às cenas tradicionais que vemos, por exemplo, nas novelas da Globo e nos outros filmes. Contudo, o cinema tem esse papel de representar com mais profundidade, fidelidade, riqueza e menos estereótipos essa questão. 

O curta “O Bolo” ganhou prêmios como Melhor Filme no Festival Mix Brasil 2010 – SP e no Inffinito Brazilian Film Festival na Argentina.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

CRÍTICA AO FILME: "UMA PASSAGEM PARA MÁRIO"

Cartaz do filme.
Uma passagem para Mário é um longa metragem (77min.), dirigido por Eric Laurence e estreou no cinema recentemente no dia 6 desse mês. O filme faz um mix dos gêneros aventura, biografia, documentário e drama. Na verdade é uma reflexão sobre o que é a vida, o sentido das amizades e a morte.

Mário, o personagem principal da história, é um jovem que está lutando contra um câncer no fígado, a partir daí ele começa a fazer filmagens caseiras do seu cotidiano e se propõem a fazer uma viagem juntamente com seu amigo Eric Laurence o diretor do longa, de Recife (PE), atravessando a Bolívia, até chegar ao deserto do Atacama no Chile.

o desafio que a gente tem muito grande hoje
é desmistificar o tratamento

Dr. Iran

Roteiro da viagem.
A viagem estava marcada para acontecer no dia 19 de outubro passado, porém Mário morre antes de começa-lá então Eric decide realizar a viagem sozinho, filmando e registrando todas as imagens ele consegue ao final de tudo concluir esse filme juntando algumas das filmagens de Mário ao seu roteiro.

O filme revela o quanto somos pequenos nessa vida, estamos todos aqui numa passagem a pergunta que temos que nos fazer é uma passagem para onde? Apesar dos 75 anos de estimativa de vida que temos é um tempo muito curto, o que faremos nesse tempo? A viagem de Mário é um rito de passagem, uma viagem de autodescobrimento que todos nós um dia devíamos fazer para descobrir quem somos qual nosso objetivo nessa vida e para onde vamos.

Hoje eu tenho que resolver as coisas da passagem
Mário

Todos nós lutamos contra a natureza, contra o tempo, porém sempre perdemos essa luta porque estamos com uma doença terminal, a morte. Todos os nossos esforços para uma vida saudável de qualidade não será capaz de reduzir nosso fim, a única coisa que varia é o tempo em que vamos embora.

A nossa vida não da para ter um roteiro, não da para fazermos planos a longo prazo, afinal não sabemos se vamos estar vivos daqui a um minuto.

Mergulho de Mário.
A questão do mergulho no inicio do filme é muito interessante, pois a água está ligada ao nascimento e a renovação, nascemos da água dependemos dela e não há vida sem ela. Talvez a cena mais antagônica do filme seja na conclusão dele, quando Eric terminai sua viagem e entrega as memórias de seu amigo no deserto do Atacama, Mário está nadando no deserto.

A motivação maior para a feitura do filme foi à amizade, um amor compaixão que está mais associado ao suporte social e ao apoio mútuo em momentos difíceis, sendo também considerada uma forma de amor mais altruísta, sentimento hoje que muitas vezes é confundido com amor companheiro associado à amizade ou gostar intenso, constituindo a forma através da qual as relações românticas se iniciam. Vivemos em um mundo que está contra os sentimentos, o sistema pede que não sinta. Não podemos ter amizades verdadeiras.

Falando agora dos aspectos da morte, a morte não é o final é o começo. Todos estão presos a ciclos e o ciclo da vida se compõe da seguinte maneira, nascemos, crescemos, reproduzimos e morremos, essa é a realidade de quem está vivo. Quando morremos nos integramos à realidade da Terra, antes fazíamos parte do todo agora fazemos parte da Terra e tudo isso acontece quando deixamos de existir, terminamos nossa jornada assim.

Pouca importância teria em ser eterno teríamos muito que contar, porém nossa morte não seria sentida. Quando na verdade devíamos viver a cada dia tentando conquistar nossos objetivos, vivemos mais que todos, porque a cada dia nos esforçamos por viver. Outras pessoas deixam o tempo passar para saber se vivem.

As pessoas que vivem bem, que sonham que riem, que se divertem, são as pessoas que estão vivendo. Por mais que seu trabalho seja o melhor do mundo se não está com seus amigos, não se diverte você pode ganhar muitas coisas, mas onde isso leva?

Cemitério de trens.
Os bens materiais que conquistamos nessa vida e o dinheiro guardado do nosso trabalho não vão conosco para a outra vida, então porque se matar de trabalhar, economizar e não ter tempo para o que realmente nos faz feliz?

Muitas pessoas que morrem são nossos companheiros durante o resto de nossas vidas porque eles nos elegem como opção, porque são nossos companheiros espirituais e muitas vezes nós os sentimos. Muitas vezes nossas necessidades, são as necessidades de pessoas que já partiram, temos que saciá-las.

Ele tem que viajar ele tem que partir

Último registro de Mário.
A "Melhora da Morte" é quando um paciente, que está prestes a morrer, geralmente desenganado, apresenta, de uma hora para outra, uma melhora súbita em seu estado geral, justo quando ninguém mais acredita ou espera sua recuperação. Essa melhora mexe novamente com as esperanças da família. Porém, no dia seguinte àquela melhora, o paciente morre. Mário estava assim em sua última gravação, subindo as escadas ele da adeus a esse mundo e isso revela a força dessa jornada espiritual.
Eu vou sendo como posso ser
Mário

Salar do Uyuni.

Mário se foi, porém suas memórias e seu espírito permaneceram com seu amigo, que caminhava ao seu lado quando o mesmo chega ao Salar do Uyuni a 3.656 metros acima do nível do mar onde céu e terra se encontram. Esse encontro era o prelúdio do maior desafio de toda a jornada, o deserto, e antes de começa-la Eric constrói um monumento de pedra em memória de seu amigo a beira de uma rocha.

O deserto está relacionado com a busca da realidade. Esta extensão imensa e estéril, em que as paisagens aparentemente se repetem, é o local ideal para um encontro com o interior de cada ser humano. O deserto simboliza uma espécie de busca interior ou exterior, simultaneamente um local de tentação e um meio ideal para a obtenção da salvação divina da alma.

Uma cena antológica na entrada do deserto é a semelhança do som e da estética da tempestade de areia e das bolhas d’água durante o mergulho.

A jornada finalmente chega ao fim quando Laurence entrega sua viagem a Mário deixando que ele nade entre as pedras do deserto. É o fim, Laurence consegue realizar o desejo de seu amigo que viu a viagem toda, pois estava em seu coração.


Deserto do Atacama.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

OS SIMPSONS

Se tem um desenho que eu ‪odeio é “‪Os Simpsons”, que desenho chato! Primeiro que o desenho é voltado para um público e para uma realidade que as pessoas não ‪percebem. O ‪‎estilo de vida que a família Simpson tem é totalmente ‪norte americano, percebe-se isso com o ‪‎sedentarismo de alguns personagens, a frequência de fast food, o ‪consumismo, o repasse de valores contra ‪muçulmanos, e mais uma lista de coisas e ‪mensagens subliminares ideológicas não visuais que não cabe falar aqui.

Tanto que a série termina com a família Simpson terminada, Homer e Marge se ‪‎separam, Bart Simpson, o filho mais velho, com 10 anos, um garoto problemático vai para o submundo das ‪‎drogas provavelmente do ‪crime também, Lisa Simpson a filha do meio, de 8 anos assume a ‪‎homossexualidade e Maggie Simpson a filha mais nova, de apenas 2 anos, já cometeu ‪homicídio.

‎Ontem à noite, infelizmente lá em casa estavam assistindo a esse “desenho”, que eu não suporto nem olhar, mas como não posso deixar de ouvir, passou um ‪‎fato curioso, não sei bem se era a avó de uma das crianças que estava tentando escapar de bandidos ou fugir, não sei. ‪‎Resumindo, ela tinha uma bolsa feita de ‪‎cânhamo (Cannabis ruderalis) pelo nome já deu pra perceber que ela pertence à mesma família da ‪‎maconha.

Cânhamo é o nome que recebem as variedades da planta ‪‎Cannabis e o nome da fibra que se obtém destas, que tem, entre outros, usos ‪#‎têxteis. Também possui níveis de psicoativo ‪‎tetraidrocanabinol (THC), assim como a maconha.

Voltando ao “desenho”, a talvez avó faz uma proposta, de queimarem a bolsa, o que liberaria os gases de THC ‪inebriando os possíveis bandidos, aí todo mundo ‪‎riu ao ver os bandidos ‪extasiados com os efeitos familiares da maconha, que ‪‎ironia. Aí ‪‎Matheus, é só um desenho, tá bom então vai assistir, mas depois não ‪‎critique os usos da maconha, pois aí ela ‪salvou a vida da “vovó”.

Vai estudar povo, precisa disso pra assistir desenho também.






ÊXODO: DEUSES E REIS

Moisés é o grande ‪libertador dos ‪‎hebreus, tido por eles como seu principal ‪legislador e mais importante ‪‎líder religioso. A ‪Bíblia o denomina "o homem mais manso da Terra" (Números 12:3). Também é considerado um grande ‪profeta pelos muçulmanos.

De acordo com a Bíblia e a tradição ‪‎judaico-cristã, Moisés realizou diversos ‪prodígios. Libertou o povo judeu da escravidão no ‪‎Antigo Egito, tendo instituído a ‪Páscoa Judaica. Depois ‪guiou seu povo através de um ‪‎êxodo pelo deserto durante quarenta anos, que se iniciou através da famosa passagem em que Moisés abre o ‪‎Mar Vermelho, para possibilitar a travessia segura dos judeus. Ainda segundo a Bíblia, recebeu no alto do ‪Monte Sinai as ‪Tábuas da Lei de Deus, contendo os ‪‎Dez Mandamentos.

Há uma riqueza de histórias e informações adicionais sobre Moisés nos livros ‪‎apócrifos judaicos e no gênero da exegese rabínica conhecida como ‪Midrash, bem como nos trabalhos antigos da ‪lei oral judaica, a ‪‎Mishná e o ‪‎Talmud.

Para os ‪‎judeus ortodoxos, Moisés é chamado de "Nosso Líder Moshe", "Servo de Deus", e "Pai de todos os Profetas". Ele também é considerado o maior profeta.



MUTANTES NÍVEL OMEGA‬

Mutantes Omega são aqueles que tiram o ‪‎sono de muita gente. Seus poderes são ‪enormes, capazes de ‪destruição em larga escala se assim desejarem. Graças ao seu grande poder, eles são difíceis de ‪‎conter ou mesmo, ‪matar. Sem duvida a classe mais poderosa de mutantes. Hoje em dia é determinado um mutante Omega, pelo nível de seu poder e não apenas, pelo fato dele conseguir ‪controlar completamente ou não o mesmo, pois muitos mutantes poderosos, às vezes fazem o uso de sua poderosa energia devido à ‪fortes emoções.

Exemplos:

1 - Magneto (Erik Magnus Lehnsherr): é o mais ‪famoso e ‪temido mutante nível Omega, seus poderes sobre o ‪magnetismo poder realizar inúmeros feitos perigosos, como ‎manipular campos magnéticos ou relacionados à ‪gravidade, alem de dar a Erik uma variedade de ‪‎habilidades, o tornando um ‎poderoso e ‪perigoso mutante.


2 - Charles Xavier (Charles Francis Xavier): tem ‎total controle sobre seus ‪vastos poderes ‪telepáticos, sendo um dos maiores ‪telepatas do mundo. O controle total sobre seu poderoso poder mental dá a ele inúmeras habilidades, como: ‪telepatia, ‎rajadas psiônicas, ‪manipulação mental, ‪projeção astral, ‪memória eidética, ‪super inteligência entre outros.


3 - Feiticeira Escarlate (Wanda Maximoff): é um exemplo de mutante nível Omega que não possui controle total sobre seu poder. Wanda possuí a capacidade de manipular a probabilidade dos acontecimentos. Inicialmente seus poderes eram poderosos mais usados de maneira ‪simples, ‪desvio de balas, ‪aumento da combustão instantânea de algum liquido inflamável, por exemplo. Porem conforme o tempo passava ela começou a usar seus poderes de maneira mais perigosa, criando dois filhos ou ressuscitando o vingador Magnum. Porem seu poder foi ao ápice quando ela mudou toda a realidade, criando o mundo da Dinastia M, após um choque de emoções e instabilidade emocional. A capacidade de alterar realidades e seus problemas emocionais/mentais fazem da Feiticeira Escarlate uma das mais perigosas mutantes.

MUTANTES NÍVEL ALFA‬

O segundo nível de mutante mais ‪poderoso e ‪‎temido. Mutantes do nível Alfa não parecem ‎diferentes de nenhum outro ‎humano e graças ao seu ‪‎gene-X e não possuem nenhuma ‪‎limitação física ou ‪traço marcante. No geral, menos de 10% da população mutante é nível Alfa.

Exemplos:

1 - Lince Negra (Kitty Pryde): consegue perfeitamente se passar por uma ‪mulher normal, mas consegue de ‪atravessar paredes quando deseja.

2 - Colossus (Piotr Rasputin): apenas lembra um assíduo frequentador de ‪academia, quando não esta com seu poder acionando dando a ele um corpo de ‪‎metal vivo.


3 - Vampira (Anna Marie): durante muito tempo foi uma mutante ‪nível Beta, porém atualmente ela aprendeu a ‎controlar seus poderes completamente e se tornou uma mutante nível Alfa.

MUTANTES NÍVEL BETA

Os ‪‎mutantes de nível ‪‎Beta, podem passar por ‪humanos normais, porem um ‪segundo olhar nos mutantes Beta e podemos achar algum ‪‎traço marcante, dificilmente encontrado nos humanos, seja um ‎olho de uma cor fora do comum ou algum ‪problema que seu ‪poder impõem ao usuário. Níveis Beta também podem ser os mutantes que ‪não conseguem ‪desligar seu poder, não tendo o ‪controle sobre ele.

Exemplos:

1 - Wolverine (James "Logan" Howlett): pode se passar por um humano normal, porem o que faz o mutante canadense ser do nível Beta é que ele não consegue ‎controlar seu poder de ‪cura. No instante em que ele recebe um corte, seu ‪fator de cura se ‪aciona e começa a fechar a ferida, ‪Logan não consegue ‪diminuir ou ‎acelerar a cura e ‪cicatrização, logo ele não tem controle sobre seu poder.


2 - Gambit (Remy LeBeau): ‪consegue controlar seu poder de manipular ‪energia cinética totalmente, porem seus ‎olhos ‪vermelhos e ‪pretos denunciam o ‪‎gene-X.


3 - Ciclope (Scott Summers): não pode viver sem seus ‪‎óculos de quartzo ou sua ‎viseira, pois ele não consegue controlar a rajada de energia que sai de seus olhos. Porem o que poucos sabem é que esta condição é ‎imposta pelo líder dos X-Mens. Emman Frost descobriu que Scott possuía um bloqueio mental que o impedia de controlar suas rajadas óticas, devido ao acidente que sofreu quando novo e fez despertar seus poderes. Ela retirou esse bloqueio e por um tempo, porem ele acabou pedindo para sua namorada Emma Frost, colocar novamente o bloqueio. Ele acredita que essa "deficiência" é que faz com que ele lembre como é ser um mutante e o mantenha humilde também.