Cartaz do filme. |
Mário, o personagem principal da história, é um jovem que
está lutando contra um câncer no fígado, a partir daí ele começa a fazer
filmagens caseiras do seu cotidiano e se propõem a fazer uma viagem juntamente
com seu amigo Eric Laurence o diretor do longa, de Recife (PE), atravessando a
Bolívia, até chegar ao deserto do Atacama no Chile.
“o
desafio que a gente tem muito grande hoje
é
desmistificar o tratamento”
Dr. Iran
Roteiro da viagem. |
A viagem estava marcada para acontecer no dia 19 de outubro
passado, porém Mário morre antes de começa-lá então Eric decide realizar a
viagem sozinho, filmando e registrando todas as imagens ele consegue ao final
de tudo concluir esse filme juntando algumas das filmagens de Mário ao seu
roteiro.
O filme revela o quanto somos pequenos nessa vida, estamos
todos aqui numa passagem a pergunta que temos que nos fazer é uma passagem para
onde? Apesar dos 75 anos de estimativa de vida que temos é um tempo muito
curto, o que faremos nesse tempo? A viagem de Mário é um rito de passagem, uma
viagem de autodescobrimento que todos nós um dia devíamos fazer para descobrir
quem somos qual nosso objetivo nessa vida e para onde vamos.
“Hoje
eu tenho que resolver as coisas da passagem”
Mário
Todos nós lutamos contra a natureza, contra o tempo, porém
sempre perdemos essa luta porque estamos com uma doença terminal, a morte.
Todos os nossos esforços para uma vida saudável de qualidade não será capaz de
reduzir nosso fim, a única coisa que varia é o tempo em que vamos embora.
A nossa vida não da para ter um roteiro, não da para
fazermos planos a longo prazo, afinal não sabemos se vamos estar vivos daqui a
um minuto.
Mergulho de Mário. |
A motivação maior para a feitura do filme foi à amizade, um
amor compaixão que está mais associado ao suporte social e ao apoio mútuo em
momentos difíceis, sendo também considerada uma forma de amor mais altruísta,
sentimento hoje que muitas vezes é confundido com amor companheiro associado à amizade
ou gostar intenso, constituindo a forma através da qual as relações românticas
se iniciam. Vivemos em um mundo que está contra os sentimentos, o sistema pede
que não sinta. Não podemos ter amizades verdadeiras.
Falando agora dos aspectos da morte, a morte não é o final é
o começo. Todos estão presos a ciclos e o ciclo da vida se compõe da seguinte
maneira, nascemos, crescemos, reproduzimos e morremos, essa é a realidade de
quem está vivo. Quando morremos nos integramos à realidade da Terra, antes
fazíamos parte do todo agora fazemos parte da Terra e tudo isso acontece quando
deixamos de existir, terminamos nossa jornada assim.
Pouca importância teria em ser eterno teríamos muito que
contar, porém nossa morte não seria sentida. Quando na verdade devíamos viver a
cada dia tentando conquistar nossos objetivos, vivemos mais que todos, porque a
cada dia nos esforçamos por viver. Outras pessoas deixam o tempo passar para
saber se vivem.
As pessoas que vivem bem, que sonham que riem, que se
divertem, são as pessoas que estão vivendo. Por mais que seu trabalho seja o
melhor do mundo se não está com seus amigos, não se diverte você pode ganhar muitas
coisas, mas onde isso leva?
Cemitério de trens. |
Muitas pessoas que morrem são nossos companheiros durante o
resto de nossas vidas porque eles nos elegem como opção, porque são nossos
companheiros espirituais e muitas vezes nós os sentimos. Muitas vezes nossas
necessidades, são as necessidades de pessoas que já partiram, temos que
saciá-las.
“Ele tem que viajar ele tem
que partir”
Último registro de Mário. |
“Eu
vou sendo como posso ser”
Mário
Mário se foi, porém suas memórias e seu espírito permaneceram com seu
amigo, que caminhava ao seu lado quando o mesmo chega ao Salar do Uyuni a 3.656
metros acima do nível do mar onde céu e terra se encontram. Esse encontro era o
prelúdio do maior desafio de toda a jornada, o deserto, e antes de começa-la
Eric constrói um monumento de pedra em memória de seu amigo a beira de uma
rocha.
O deserto está relacionado com a busca da realidade. Esta extensão
imensa e estéril, em que as paisagens aparentemente se repetem, é o local ideal
para um encontro com o interior de cada ser humano. O deserto simboliza uma
espécie de busca interior ou exterior, simultaneamente um local de tentação e
um meio ideal para a obtenção da salvação divina da alma.
Uma cena antológica na entrada do deserto é a semelhança do som e da
estética da tempestade de areia e das bolhas d’água durante o mergulho.
Para quem quiser ver o longa o link está logo abaixo:
ResponderExcluirhttp://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/v/uma-passagem-para-mario/3750095/