Transgeneridade |
A ordem social contemporânea é construída através de
mecanismos de poder e controle de minorias. Esses mecanismos baseiam-se em
ideologias fascistas que segregam seres humanos por etnia, crença, sexo,
condição social e etc. Muitas vezes ao longo da história essas ideologias foram
usadas, e infelizmente continuam sendo usadas, para justificar genocídios. O
Apartheid e o nazismo são bons exemplos de mecanismos de controle social por
meio respectivamente da etnia e da crença, e todos nós sabemos o resultado da
aplicação dessas ideologias.
Na tentativa de mensurar como a sexualidade hoje constitui a
ordem social, surge a Teoria QUEER. A
Teoria QUEER estuda como o convívio
social e as experiências culturais do individuo formam a sua identidade de
gênero e sua orientação sexual, assim sendo, não nascemos com papeis de gênero
preestabelecidos, mas desenvolvemos diferentes formas de desempenha-los.
Além disso, QUEER procura
ressaltar como a heteronormatividade e o heterossexismo , que são os principais
mecanismos de controle das minorias sexuais, criam um ambiente hostil de
preconceito para com o Outro. De fato a heterossexualidade não existiria sem a
homossexualidade, pois a sociedade é formada justamente por um binarismo
hetero/homo, de modo que, para definirmos um ser heterossexual precisamos
entender o que é o opositor dele, o ser homossexual.
Teoria QUEER também
propõe a mudança do objeto de estudo da minoria para o hegemônico (hetero)
partindo do principio de que a heteronormatividade também engendra seres
homossexuais. Há dispositivos criados em QUEER
que englobam literaturas, enunciados científicos, instituições e proposições
morais para o estudo midiático sobre sexualidade e sociedade.
O trabalho, já em dois meses de pesquisa, procura reunir
artigos dos principais teóricos QUEER
na estrutura de um fichamento para uma melhor compreensão do público por notas
explicativas inseridas nos principais pontos. Seguindo as normas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) o trabalho será apresentado à comunidade
LGBT, como parte das exigências das pesquisas ativistas sobre ciência gay e
homocultura.
Conseguimos por meio do trabalho, ver que a normalização
heterossexual que cria seres vistos como desviantes, perversos e até mesmo
doentes podem ser encarados como diferentes., o que é marginalizado não deixa
de ser importante, mas necessário, porém mantido como inferior e que Teoria QUEER não é só ciência é também
política, pois nos permite contestar os processos que utilizam do diferente
para justificar a opressão.
Por fim, concluímos que as tentativas da sociologia, da
antropologia, da sexologia e da psiquiatria em explicar as sexualidades falham
no que tange a racialização do sexo e a sexualização da raça. A teoria QUEER expande o âmbito da análise para
abranger todos os tipos de atividades sexuais e de identidades classificados
como "normativos" ou "desviantes".
De uma forma geral, é possível afirmar que a teoria QUEER busca ir além das teorias baseadas
na oposição homens e mulheres e também aprofundar os estudos sobre minorias
sexuais (LGBT) dando maior atenção aos processos sociais amplos e relacionados
que sexualizam a sociedade como um todo de forma a heterossexualizar e/ou
homossexualizar instituições, discursos e direitos.
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